Entre máquinas, memórias e o aroma doce que atravessa gerações, a PonChic abre seu coração e revela uma produção que mantém Divinópolis conectada às suas raízes.
A manhã desta quinta-feira (04/12) começou com um clima especial. Logo na chegada à fábrica da PonChic, em Divinópolis, uma sensação de nostalgia tomou conta do ar devido à importância daquela marca que atravessou seis décadas e permaneceu firme na memória de cada divinopolitano
A caminhada pela fábrica trouxe histórias que ecoam desde os anos 60. Entre máquinas, tubos de inox e o cheiro doce característico, Felipe Lopes, gerente administrativo, abriu o coração ao falar do avô, fundador da bebida. “Eu olhei uns registros antigos… ele comprou o direito de um refrigerante de São Paulo chamado Tupi. Depois, ele deixou mais docinho, igual à PonChic”, contou, com orgulho evidente no olhar.
PonChic
Com o tempo, o fundador tentou vários nomes. Sonhou com “Guaraná Divinópolis”, mas não conseguiu registrar. Tentou “Ponche”, mas o domínio público impediu. Ele não desistiu. Criou então o nome que, hoje, carrega identidade, carinho e memórias: “PonChic”, a junção de “ponche” com “chique”.
A bebida ganhou alma própria em 1963, quando a produção se transferiu definitivamente para o galpão onde permanece até hoje. “A gente gosta de contar desde 63 como fundação”, reforçou Felipe, lembrando a força da tradição familiar
Logo depois, Felipe, apresentou a linha atual de produtos. As embalagens long neck, as de vidro tradicionais e as garrafas de PET de vários tamanhos. Tudo seguia uma lógica moderna, totalmente automatizada, mas sempre com supervisão humana. “Ninguém encosta no refrigerante. Isso evita contaminação. Mas a pessoa tem que ficar ali olhando, porque qualquer problema exige intervenção”, explicou, sempre com firmeza e cuidado com o processo
Onde nasce o famoso xarope. Ali, o açúcar se dilui, os insumos se misturam e o sabor emblemático ganha vida. “O xarope de guaraná é só nosso. Segredo. Ninguém pode ter”, disse Felipe, reforçando o orgulho de manter a essência da fórmula original.
Ministério da Agricultura
Cada detalhe seguia normas do Ministério da Agricultura, que fiscaliza e exige rigor total. Tudo brilhava de tão limpo. Tudo funcionava como um relógio, sempre com transições precisas entre cada etapa da fabricação
As garrafas, ainda pequenas e maleáveis, chegavam em plataformas antes de serem aquecidas e moldadas. Depois seguiam para secadoras, luzes especiais e inspeções. Cada peça passava por olhos atentos. Mesmo com toda a tecnologia, o toque humano continuava indispensável. A fábrica reforçava isso o tempo todo, com orgulho e responsabilidade.
A parte mais crítica da jornada ficava na sala pressurizada, onde o refrigerante finalmente encontrava seu destino dentro das garrafas. Portas trancadas, EPIs completos e protocolos rígidos indicavam que ali a segurança reinava. “Tudo é automatizado, mas se alguém abrir uma porta, a máquina para. É rigor total”, explicou Felipe, enquanto mostrava cada detalhe do ambiente selado
Além disso, o coração da qualidade: a fiscalização constante. “De meia em meia hora, a Gabriela (responsavél pela fiscalização) pega uma garrafa e faz análise completa”, relatou Felipe. Ela verificava cor, gás, açúcar, rótulo, vedação e até a integridade da garrafa. Se algo destoasse, a produção inteira recuava. “Às vezes, a gente abre um monte de refrigerante e joga no ralo mesmo. Não pode sair nada irregular”, reforçou, deixando claro o compromisso com a excelência
Sustentabilidade
A fábrica ainda apresentou outro orgulho: o uso de energia solar e a sustentabilidade. “A gente produz com energia verde. O plástico, o papel, o vidro e o metal seguem para reciclagem. Tudo dentro das regras do Ministério”, afirmou, mostrando que tradição também combina com inovação e responsabilidade ambiental.
Além disso, a PonChic mantém presença forte em um raio de 150 km, abastece grandes redes e segue crescendo com as cidades vizinhas
A visita terminou com emoção. O Felipe agradeceu: “Isso para nós é força para continuar. Nós estamos na terceira geração e não queremos parar”. Ele completou com sinceridade: “Muito obrigado por terem vindo. Para mim é uma honra”. Depois dessas palavras, a jornada terminou da forma mais doce possível: saboreando um PonChic gelado, exatamente como manda a tradição e como pede a memória afetiva de toda a cidade
E assim, entre passado, presente e futuro, a PonChic mostrou não apenas como fabrica um refrigerante. Mostrou como mantém viva uma parte da história de Divinópolis.










